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Mercado autônomo: bom para o cliente e o comerciante

A autonomia total na jornada de compra é o trunfo do modelo que, cada vez mais, ocupa o lugar de outras tecnologias do varejo. Na foto, Eduardo Córdova, CEO da Market4u.



No ano passado a Amazon inaugurou seu primeiro supermercado autônomo de grande porte. O modelo do negócio já existia, mas somente em pequenos e médio espaços. A ideia é exatamente o que o nome propõe: é o consumidor quem cuida de todos os processos de compra, escolhendo os produtos e realizando o pagamento por meio de um aplicativo, sem o intermédio de vendedores nem utilização de dinheiro vivo.


Esse tipo de comércio teve aceitação imediata em todo o mundo e avança a passos, inclusive no Brasil. No Brasil não é diferente e o mercado autônomo está em franco crescimento e não para de crescer, conquistando consumidores de todos tipos.


A rede de mercados autônomos Market4u, por exemplo, surgiu em 2019. Fez a implantação da primeira loja em fevereiro de 2020. Em menos de dois anos, a empresa já está presente em 84 cidades de 22 estados.


Para entender o que é esse novo negócio do varejo, conversamos com Eduardo Córdova, CEO da empresa. Eduardo nos fala das diferenças entre o mercado autônomo e outras formas eletrônicas de comércio, como as vending machine e o self-checkout, e como que o mercado autônomo altera as relações com o cliente.


Qual é exatamente a diferença de um mercado autônomo e as vending machine, as maquinas de venda de lanches e refrigerantes? Nos dois casos o consumidor tem autonomia no processo de compra.

O propósito de ambos é o mesmo: disponibilizar os principais produtos ao alcance dos seus consumidores. A diferença está na forma. Enquanto a vending machine é um hardware que de forma autônoma libera os produtos após serem pagos, o mercado autônomo é baseado na confiança. O próprio cliente retira seus produtos e realiza o pagamento sem nenhum atendente.


O mercado autônomo pode ser comparado aos self-checkout, os sistemas de pagamentos sem caixa?

Existem diferenças muito relevantes. O self-checkout usa a mesma tecnologia em um supermercado tradicional, onde o cliente faz ele próprio o pagamento pelas suas compras. Enquanto que em um mercado autônomo não só o processo de compras e pagamentos é automatizado, mas toda a operação. É como falamos: o pilar de um mercado autônomo é a confiança no consumidor.


Um mercado autônomo pode vender qualquer produto?

Esse é outro grande diferencial. Os Vending machines, por exemplo, são restritas a produtos pequenos, que se encaixam no seu espaço. Já um mercado autônomo consegue comercializar qualquer item, independente da forma ou tamanho.


Você já disse que o mercado autônomo deve substituir o mercado de vending machines. Por que isso aconteceria?

Já está acontecendo. A realidade é que o mercado autônomo já faturou US$ 4 bilhões em 2020, com projeção de superar US$ 10 bilhões em 2021. Para se ter uma ideia, estima-se que hoje no Brasil exista uma vending machine para cada 2500 habitantes, o que representa uma proporção 100 vezes menor do que o Japão por exemplo.


E porque isso está acontecendo?

Os manuseadores desse tipo de máquina estão investindo nesta solução por ser mais barata e por gerar oportunidade de faturamento muito superior. Na outra ponta, conseguem obter, por meio de app de pagamento, os dados do consumidor que realiza a compra. As vantagens são para quem utiliza o sistema e para quem consome os produtos.


E como o varejo pode se beneficiar desse tipo de sistema?

Quando olhamos para o setor varejista, o crescimento do mercado autônomo – bastante impulsionado pela pandemia – tem sido muito positivo, pois permitiu que o varejo pudesse se aproximar do cliente e, principalmente, conhecê-lo melhor, conseguindo assim personalizar a experiência de compra de cada consumidor. É mais um canal complementar, pois o cliente continua indo ao atacarejo, ao shopping, ao mercado e continua comprando na internet, mas agora tem mais uma opção para adquirir seus produtos, na sua academia, na sua empresa, no seu clube ou no seu condomínio.


E o consumidor? Como ele se beneficia dessa tecnologia?

Quando falamos sobre jornada do consumidor, não podemos deixar de reforçar que o cliente é sempre o maior beneficiado dessa evolução do segmento. Cada novo canal ou concorrente gera mais uma possibilidade de compra, seja com valor mais competitivo, com mix mais diversificado ou de forma mais conveniente, que é a proposta do mercado autônomo.


Fala-se muito em atrito na jornada de compras, os entraves que podem ocorrer entre a decisão da compra e o pagamento do produto. Quais os atritos encontramos em os mercados autônomos?

Com relação ao atrito na jornada de compras, podemos dizer que o mercado autônomo elimina, praticamente, todos eles. O processo de compras é realizado pelo próprio cliente, então ele não precisa enfrentar filas, por exemplo, pois vários consumidores podem realizar suas compras e pagamentos de forma independente. Ele não precisa colocar o cartão em uma maquineta, pois o pagamento é digital. Ele não precisa se deslocar, pegar carrinho, trânsito, tudo estará disponível a poucos passos de sua casa.


Qual o custo de instalação desse sistema e onde ele pode ser usado?

É possível utilizar esse sistema em qualquer lugar. Quanto ao investimento, podemos dizer que uma vending machine custa quase 30 mil reais, enquanto um mercado autônomo pode ser instalado com menos de 5 mil reais. Assim a viabilidade se dá em uma escala muito maior.


FONTE: Varejo SA

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