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Consumidor busca marcas mais baratas



O carrinho de compras está cada vez mais caro. Em doze meses acumulados até janeiro, a cesta de consumo ficou 25% mais salgada, mostra o índice Abrasmercado, da Abras, associação dos supermercados. Essa cesta é composta por 35 produtos mais consumidos, desde alimentos até itens de limpeza. Por isso, uma tendência que já crescia antes da crise da covid-19 tem ganhado força: a migração do consumo para marcas mais baratas, embalagens mais acessíveis e produtos de marca própria.


Um levantamento da consultoria Bain & Company, feito com dois mil brasileiros em julho, mostrou que 25% deles estavam migrando para produtos mais baratos e aproximadamente 18% afirmaram ter comprado tamanhos mais econômicos. “Esse movimento não é novo nem exclusivo do Brasil, mas acelerou com a pandemia, porque a covid-19 apertou os bolsos. Na América Latina, 70% esperavam ter redução da renda”, diz o analista da consultoria, Ricardo de Carli.


As respostas, coletadas quando o país ainda pagava auxílio emergencial de R$ 600, indicam que o consumidor começava a sentir necessidade de poupar, já que os preços subiam (o Abrasmercado acumulava alta de 14% em 12 meses). Agora, analistas de consumo dizem que o primeiro trimestre deste ano deve registrar índices de migração para marcas mais baratas ainda mais elevados. O gasto médio das classes D e E, das quais 72% receberam o auxílio, cresceu 9% e 14% no primeiro e no segundo trimestres de 2020, respectivamente, ante 2019. Mas desacelerou para 8% e 6%, no terceiro e quarto trimestres, quando o valor do auxílio caiu para R$ 300.


O diretor comercial do Carrefour Brasil, Joaquim Sousa, diz que 44% dos clientes das lojas já incluem produtos de marca própria da rede em seus carrinhos. Em 2020, o volume de produtos Carrefour vendidos saltou 23%. Com resultados positivos, a companhia planeja lançar 500 novos itens (SKUs) para o portfólio, que conta com mais de 2.800 SKUs.


O Grupo Pão de Açúcar (GPA), dono das redes Extra, Pão de Açúcar e Assaí, tem marcas próprias de alimentos, produtos de limpeza, artigos para casa e bebidas. Entrou em uma nova categoria, ao lançar produtos de cuidados pessoais no fim do ano passado. Em 2020, a fatia desses produtos nas vendas alimentares do GPA foi de 20%. E 80% dos clientes compraram algum item de marca própria, cujos preços podem ser até 30% mais baixos do que os das marcas líderes.


FONTE: Varejo SA

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